
Realidades completamente distintas. Se compararmos a educação brasileira a de grandes exemplos como Finlândia e Coréia do Sul fica bem claro onde temos errado: pouco investimento e falta de estrutura.
Entre os casos que mais impressionam, pela rapidez e abrangência na conquista de bons resultados, é o da Coreia do Sul. Depois de três anos de guerra com a Coreia do Norte, entre 1950 e 1953, após a invasão do país vizinho, os sul-coreanos chegaram a 1960 com índices de desenvolvimento urbano, analfabetismo e renda semelhantes aos do Brasil. Até o início da década de 1980, eram até individualmente mais pobres. Hoje a realidade é outra. Ao comparar os PIBs per capita dos dois países vemos um abismo de diferença.
A estrutura educacional sul-coreana é dividida em escola elementar (seis anos), primárias (três anos), colégio (três anos), junior college (unidades universitárias com cursos de dois ou três anos) e universidades (quatro anos na maioria dos casos). O período letivo vai de março a fevereiro, com férias da última semana de junho até o fim de julho. O período de escola elementar, de seis anos, normalmente concluído aos 12, é obrigatório.
Para entrar na middle school, financiada pelo poder público, é preciso fazer um teste de acesso. O período abrange nove áreas de conhecimento: língua coreana, estudos sociais, educação moral, ciências, matemática, educação física, música, belas artes e ofícios. O país conta com colégios particulares para essa fase, mas as diferenças pedagógicas em relação ao ensino público são insignificantes, atesta o site Universia Brasil.
Já os finlandeses realizaram sua primeira grande reforma no ensino fundamental há quase 50 anos, em busca de um sistema construído sobre valores de confiança e igualdade de oportunidades. A educação infantil, neste país de pouco mais de cinco milhões de habitantes, é concedida a todas as crianças. Algumas delas entram para as unidades com menos de um ano. Como a licença-maternidade é longa – pode ir até o pequeno completar onze meses –, os pais que optam por essas creches pagam pelos serviços, mas parte considerável dos custos é subsidiada pelo governo com base na renda familiar.
Aos cinco anos, a criança é matriculada no sistema gratuito para quatro horas diárias de atividade, incluindo almoço. A pré-escola começa um ano depois, com a mesma carga horária. A escolaridade obrigatória, totalmente financiada pelo poder público, vai dos nove aos 15 anos. Depois disso, o aluno escolhe uma alternativa entre o ensino médio e a educação profissional.
Um grande destaque é no corpo docente. Lá, os professores têm formação de alto nível. Para a educação fundamental, é exigido, no mínimo, o título de mestrado. No infantil, o de bacharel. As escolas não são classificadas ou inspecionadas e não há exames nacionais até o final do ensino médio. O sistema é descentralizado e a apuração de resultados é baseada em pesquisas realizadas com alunos e familiares.
Cingapura, Japão, Canadá, Noruega, Irlanda, Suécia, Suíça, Estônia e Vietnã completam a lista de países com resultados invejáveis na educação. Enquanto isso, por aqui, caminhamos a passos lentos, em busca de uma reforma que transforme, de fato, a base educacional brasileira e dê às crianças e adolescentes condições dignas de aprendizado.