
O Insper, instituição de ensino superior, com apoio do Instituto Sonho Grande e do Instituto Natura, lançou no último dia 7 de julho o Centro de Evidências da Educação Integral, que busca sistematizar e produzir conhecimento sobre o impacto do ensino integral para a sociedade a partir de experiências do Brasil e internacionais.
Atualmente, o ensino integral está presente em uma em cada cinco escolas públicas de ensino médio do país e, como em muitos aspectos, se trata de mais um em que o Brasil está atrasado, comparado aos países mais desenvolvidos.
O lançamento da nova organização também foi marcado pela divulgação de um livreto que sistematiza 200 trabalhos científicos nacionais e internacionais sobre a abordagem educacional.
Pelo lado econômico, o material traz duas conclusões, sendo a primeira relacionada à geração de renda para a sociedade como um todo. “Para cada jovem que tenha acesso a uma educação média integral, ela (geração de renda para a sociedade) será de 145 mil reais. Na medida em que o custo de assegurar educação integral a esse jovem é de 24 mil reais, chega-se à conclusão de que o benefício social da educação integral é 6 vezes o seu custo”, diz o texto.
Para além dos ganhos econômicos, o economista e professor do Insper Ricardo Paes de Barros coloca a educação integral entre os direitos que o Brasil precisa colocar como prioridade. “Se você olhar a tendência histórica, conclui que nem a 25% (a meta do PNE) talvez a gente consiga chegar. Logo, se a educação integral é realmente importante, está na hora de parar e pensar se as nossas metas não estão pouco ambiciosas e se não estamos dispostos a fazer um esforço muito maior do que tem sido feito até agora”, disse.
Entre os países que adotaram tal política, Ricardo enfatizou o exemplo do Chile, que começou o processo em 1987 e hoje consegue saber o impacto e comparar a empregabilidade de pessoas que tiveram toda a trajetória escolar dentro desse projeto de maior carga horária e atividades relevantes com aquelas que não tiveram, em praticamente todo o território nacional.
Ricardo mencionou, ainda, um estudo experimental realizado entre 2018 e 2020, em 24 escolas de Santa Catarina, que teve impacto positivo especialmente na aprendizagem de matemática. A experiência resultou em um aumento equivalente a 20 pontos na prova do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), conjunto de avaliações externas em larga escala que permite ao governo federal realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante. “É mais ou menos tudo que se aprende no ensino médio (regular). Ou seja, a recomendação aqui é: faça a educação integral e dobre o aprendizado dos seus alunos ao longo do ensino médio”.
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