“Viveremos sim uma nova transformação cultural. Se a revolução dos smartphones nos deu a chance de ter uma máquina, nos nossos bolsos, que nos abrisse a memória da internet, a AI trará alguma (e pode ser muita) capacidade cognitiva além da memória.
Teremos que aprender a conversar com as máquinas e, mais do que nunca, será muito importante saber fazer perguntas do que ser expert em entregar respostas. Isso, na educação, irá provocar o modelo pedagógico, ao mesmo tempo, a capacidade crítica de análise daquilo que as máquinas respondem será mais decisiva do que para perceber uma fake news nos dias de hoje.
Falo aqui do viés ético daquilo que recebemos de informações das máquinas, do viés ético dos algoritmos que constroem a AI. Essas máquinas podem começar a trazer distorções e visões políticas tanto na política como na ciência.
Quanto mais leio e ouço sobre o assunto, e quanto mais observo as novas gerações, fica claro para mim que o ponto de maior atenção é a atenção. Será necessário estar mais alerta, mais atento, para então colocar a capacidade crítica para analisar o mundo ao redor. Vejo muitos educadores trabalhando análise crítica das ciências humanas, mas cabe ensinar a atenção. Porque no fundo é a atenção que determina o que aparecerá na consciência.
A AI do TikTok, por exemplo, é feita para capturar a sua atenção. A disputa é pela audiência e por isso querem a sua atenção. O principal caminho que vejo é aumentar a consciência das pessoas e ao mesmo tempo aprender a ter o controle da própria atenção.”
Emerson Pereira
Diretor de Tecnologia do Colégio Bandeirantes
Presidente da Comissão de Tecnologia Educacional do Educational Leaders – Grupo de Líderes Educacionais