Em nossa Newsletter abordamos este importante tema e, para promover um debate profundo e reflexivo, convidamos Lucas Azevedo, Diretor Geral da Rede Alfa De Ensino (Grupo Salta Educação), para responder algumas perguntas. Confira a entrevista completa:
1- Quais profissões você acredita que estarão em alta demanda no futuro e como as escolas podem começar a preparar os alunos desde cedo para esses campos?
Lucas: Existe uma frase que eu gosto muito que diz: “Nós estamos formando estudantes para empregos que ainda não existem, usando tecnologias que ainda nem foram inventadas para resolver problemas que ainda nem sabemos que serão problemas”. E esse é um dos grandes desafios das escolas no momento! Mesmo sabendo as tendências na área de tecnologia, sobretudo da realidade da inteligência artificial, eu vejo que o papel da escola é focar nas habilidades, competências e atitudes que serão mais necessárias para o mercado de trabalho do futuro ao passo que o que nos torna mais humanos será também muito valorizado, nesse sentido, eu vejo que as escolas precisam criar momentos e situações para o desenvolvimento das Soft Skills, ou das Core Skills, como defendido pelo Alex Bretas e Conrado Schlochauer.
2- De que forma a educação atual pode ser adaptada para equipar os alunos com as habilidades necessárias para se destacarem no mercado de trabalho do futuro?
Lucas: Um dos grandes desafios do nosso contexto educacional brasileiro é conciliar toda a nossa carga horária obrigatória com o que nós acreditamos que será importante para os nossos estudantes no mercado de trabalho do futuro, nesse sentido, é indispensável que as escolas tenham em sua grade uma disciplina robusta e transversal voltada para habilidades socioemocionais, bem como disciplinas eletivas e também abordagem de metodologias ativas.
3- Em sua opinião, quais são as competências mais valiosas que as grandes empresas estão procurando nos profissionais hoje e como essas preferências podem mudar no futuro?
Lucas: Muitas são as competências que vêm à mente e eu acredito que várias que são exigidas hoje serão semelhantes às do futuro e, levando em consideração o que eu observo do mercado de trabalho no meu dia a dia e conversando com pessoas de diferentes áreas e também analisando o que o Fórum Econômico Mundial nos apresenta, eu destacaria as seguintes: inteligência emocional (antifragilidade e empatia), pensamento crítico, criatividade, adaptabilidade, mentalidade de crescimento e comunicação persuasiva.
4- Como os educadores podem integrar o aprendizado de habilidades técnicas e soft skills no currículo para preparar os alunos para as exigências do mercado de trabalho moderno?
Lucas: Uma boa prática que pode ser utilizada aqui é lançar mão de iniciativas com abordagem de metodologias ativas e PBL (Project-Based Learning) que vão desafiar o estudante no aprendizado de conteúdo, mas saindo um pouco do que está no livro ou na apostila e o estimulando a buscar mais fontes na procura de soluções para problemas reais, além disso, o colocando como protagonista nesse processo e desenvolvendo algumas das competências exigidas pelo mercado.
5- Poderia nos dar exemplos de iniciativas ou programas que têm sido eficazes em conectar a educação com as necessidades reais do mercado de trabalho, particularmente em áreas consideradas profissões do futuro?
Lucas: Um bom exemplo que temos por aqui é o Projeto NA PRÁTICA, onde desafiamos nossos estudantes com cases envolvendo situações de urbanismo, escassez de recursos e energias renováveis, e eles, em grupos, precisam mergulhar nos temas, mesmo com poucas informações iniciais, e precisam propor soluções completas, sendo que muitas vezes eles utilizam os aprendizados das nossas Eletivas de Inovação para agregar em seus trabalhos.
6- Compartilhe conosco alguma ação que sua escola tenha desenvolvido juntamente aos seus alunos, referente ao futuro profissional.
Lucas: Por aqui nós temos a FOP, nossa Feira Online de Profissões, que conecta nossos estudantes das 15 cidades que atendemos entre Paraná e Santa Catarina com profissionais gabaritados em suas áreas, com trocas, discussões e dinâmicas que agregam conhecimento e facilitam a escolha da profissão.
