De acordo com a pesquisa Alfabetiza Brasil, conduzida pelo Ministério da Educação (MEC), apenas um estado brasileiro atingiu o nível mínimo de alfabetização no final do segundo ano do ensino fundamental, conforme estabelecido pelo governo no final de maio. Santa Catarina foi o único estado a alcançar essa marca.
A média geral do estado da região Sul foi de 751,74 pontos, apenas cerca de 9 pontos acima da média estabelecida de 743 pontos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Distrito Federal ficou em segundo lugar, com 738,09 pontos.
Os critérios definidos pelo Alfabetiza Brasil para considerar uma criança como alfabetizada foram estabelecidos com base em consultas realizadas com professores da educação básica em todo o país. Esses critérios incluem:
Capacidade de ler pequenos textos, compreendendo informações básicas.
Habilidade de fazer inferências básicas a partir da articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos.
Capacidade de escrever textos simples para comunicação cotidiana, como convites e lembretes, mesmo com eventuais erros ortográficos.
Um levantamento do MEC apontou que 56,4% das crianças concluíram o segundo ano do ensino fundamental em 2021 sem estar alfabetizadas, uma proporção maior do que no ano anterior, quando esse número era de 39,7%.
Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação, destaca a importância de uma classificação mais clara da alfabetização para garantir a implementação de ações precisas e consistentes em todos os níveis. Ele considera a atual situação da alfabetização brasileira como um “cenário de calamidade pública” e acredita que é necessário o envolvimento direto do presidente e um compromisso claro do governo em tomar providências.
No dia 12 de junho, o governo lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com o objetivo de garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas até o final do segundo ano do ensino fundamental. Durante o evento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou: “Estamos acabando com a negligência e com disputas insignificantes para focarmos no que realmente importa: nossas crianças, que precisam mais do que nunca de adultos que lhes deem as mãos e proteção garantida”.
No ranking do Saeb, Santa Catarina obteve a maior pontuação no segundo ano do ensino fundamental, com 751,74 pontos. O Distrito Federal ficou em segundo lugar, com 738,09 pontos. São Paulo ficou em terceiro, com 735,72 pontos, seguido pelo Ceará, estado do ministro da Educação, com 734,04 pontos. Tocantins, Acre e Amapá obtiveram as menores notas entre os estados.
Ao analisar as regiões do Brasil, o Norte apresentou a nota mais baixa, com média de 705,24 pontos. O Sul do país obteve a pontuação mais alta, alcançando 735,48 pontos. No entanto, vale ressaltar que essa pontuação ainda está abaixo do mínimo estabelecido pelo MEC para a alfabetização nessa etapa.
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é um conjunto de avaliações em larga escala que reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelos estudantes avaliados, permitindo um diagnóstico da qualidade da educação básica brasileira. Realizado a cada dois anos, o Saeb abrange alunos do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental, bem como os três anos do ensino médio.
Os resultados do Saeb são indicativos da qualidade do ensino no Brasil, e a queda na média em comparação com a edição anterior reflete o impacto da pandemia na educação. Em 2021, cerca de 72 mil escolas públicas e privadas foram avaliadas, com a participação de aproximadamente 5,3 milhões de estudantes.
É essencial que sejam implementadas medidas concretas para melhorar os índices de alfabetização no país, garantindo que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade desde os primeiros anos escolares. Ações coordenadas entre governo, instituições educacionais e sociedade civil são fundamentais para enfrentar esse desafio e proporcionar um futuro melhor para as gerações mais jovens.
Fonte: As informações são do jornal CNN.